12 de jul. de 2011

8 A Fada da Vírgula

Aquela garota depressiva ainda estava trancada em seu quarto. Planejava sua morte, o ponto final de sua vida. Não aguentava mais aquelas visitas intermináveis ao psiquiatra, odiava acima de tudo tomar aqueles remédios controlados que não faziam efeito nenhum para ela. Odiava aquela escola em que estudava, aquela cidade em que morava, aquela vida que levava. Odiava ter que viver desde que perdeu a mãe. Enfim, odiava tudo.
Perdera a mãe a pouco tempo e estava determinada a acabar com tudo que restara ali mesmo, em questão de minutos, mas esperaria, pois, seu plano era outro. Todas as ferramentas necessárias estavam lá. A chave da garagem e a chave do carro.
Estava tudo preparado. Depressão nunca mais. Colocaria um fim em sua vida hoje mesmo.
Escrevera uma carta para seu pai e uma para sua melhor amiga. Estava tudo pronto. Assim que seu pai saísse no carro dele, ela ligaria o carro da falecida mãe dentro da própria garagem, trancaria tudo e esperaria, respiraria aquele ar poluído que vem do escapamento e morreria, de pouco em pouco, silenciosamente e sem dor. Talvez, só encontrariam o corpo no dia seguinte, quando descobrissem que a menina não estava dormindo a final, e ao lado do corpo estariam as cartas, com sua própria letra, deixando claro que não foi homicídio e sim suicídio.
Dissera ao pai que estava cansada e que dormiria mais cedo. Mesmo estranhando, ele concordou e saiu. Quando a menina teve certeza de que seu pai estava longe o suficiente para não voltar a tempo de encontrá-la com vida, saiu apressada da cama.


Pegou as chaves rapidamente, desceu as escadas ansiosa, naquele momento a adrenalina já dominava o seu ser.
Chegou até a garagem... Lá estava o carro!
Trancou a porta que ligava a casa com a garagem e trancou a saída da garagem, fechou as janelas e entrou no carro. Estava tudo escuro lá dentro.
Ela estava pronta.
Foi quando um milagre aconteceu.
De repente, uma luz prateada surgiu do nada. Parecia um raio de sol prateado que entrava por algum lugar que nem mesmo a depressiva tinha conhecimento. Brilhou intensamente na usa frente, sua visão ficou enfraquecida com tamanha iluminação.


Então o brilho começou a se mexer, assustando assim, a menina.
Se concentrando, ela começou a forçar seus olhos para que suas pupilas se acostumassem com a claridade e então conseguiu identificar que dentro daquela luz havia um ser minúsculo que parecia caber em sua mão.
E como se estivesse alucinada, ela conseguiu ouvir uma voz que parecia o soar de um sino:
- Olá!
- Vo-você fala!? - A menina estava assustada demais para acreditar que aquilo era real.
- Não sou muda, meu bem, só sou desajeitada!
- Quem é você?!
- Ah! Que falta de educação a minha! Prazer, sou a fada da vírgula!
- Fada da vírgula? Que tipo de fada você é?!
- Eu dou uma vírgula para aqueles que querem dar um ponto final em suas vidas, assim como você.
- Como?
- Ah! Logo você entenderá! Agora me conte, linda menina, porque quer dar um ponto final para sua vida?
- Você deveria saber, já que é uma fada! Minha vida está péssima! - Desabafou a menina - Minha mãe morreu e não estou suportando viver sem ela, minha escola é uma droga, estou vivendo a base de remédios controlados, tenho que aturar visitas àquele psiquiatra irritante!
- E por que você acha que isto te deixará melhor? Até parece que vão diminuir seus problemas!
- Mas vão! Ficarei livre de tudo!
- Deixe de ser egoísta, garota! Veja o que está fazendo! Sua atitude pode fazer muita gente infeliz! Você acha que seu pai ficaria feliz em perder a filha logo após a morte de sua esposa?
- Ah... Mas...
E antes que pudesse terminar de responder, a pequenina fada girou sua varinha e apontou com ela para a suicida. Com um passe de mágica, um pó brilhante saiu daquela varinha caindo no nariz da garota, fazendo-a espirrar. Em questão de segundos, todo o pó havia se espalhado pelo ar e os espirros da menina foram trocados por risadas. Aquele era o pó mágico da risada.
Com a mágica, ela apenas ria e ria muito, fazia tempos que não ria assim! Dava altas gargalhadas e contagiava todo o lugar!
A vontade de morrer passara, foi substituída por gostosas risadas. Ela estava adorando aquela sensação.
- Prometa-me que não dará um ponto final nessa sua vida, e sim uma vírgula a ela. - Pediu a pequenina fadinha brilhante
- Uma vírgula... É disto que eu preciso! - Disse a garota, entre suas gargalhadas.
- Dei a você uma vírgula. Minha tarefa por aqui está concluída. - Disse satisfeita, a iluminada.
Ao dizer isso, liberou uma grande luz que cegou a menina. Quando a visão dela voltou ao normal, percebera que a fada da vírgula fora embora.
Estava triste, não teve a chance de agradecer àquela fada. Não iria mais se suicidar, não daria um ponto final à vida, porque ganhara uma vírgula de uma incrível fada.
Não se suicidaria pelo seu pai, pela sua amiga, por todos, e acima de tudo, pela fadinha.
Realmente... Ela ganhara uma vírgula.

8 (Ins)Pirações:

Mariana Sayuri

Muito Lindo Mih
Seria bom se todo mundo tivesse a chance de ganhar uma vírgula
Beijinhos
http://ondevaoasnuvens.blogspot.com

Luh Siglindes

concordo com o comentário de cima,um tempo as vezes é muito melhor do que agir por impulso >< http://fashionscream.blogspot.com/

Anônimo

Adorei Mih!
Beijos,

blog-enlouquecendo.blogspot.com COMENTA?

HONORATO, Sandro.

Adorei *---*
Bem criativo este post :)

Beijos e uma excelente semana
......................
www.rimasdopreto.com

Sarah Alcântara

Que bonito :D

Participe de As Eleitas e do Sorteio do Blog ;) garotas100teen.blogspot.com

Lanalique

Lindo aqui, te seguindo .
Amei o texto
Beijos.
http://vaniteeen.blogspot.com/

Shop dos Blogados

nossa Mih, adorei esse conto
realmente é uma estória de superação onde uma menina com perdas inquestionáveis se depara entre a vida e a morte. Logo aparece um ser de contos que a impulsiona a viver colocando uma vírgula em sua vida.

Sua fofa, o texto é demais. adorei *---*

Beijinhos, Jessica Valente
http://www.shopdosblogados.com
♥ NOVO POST ♥

M!h

@Shop dos Blogados
Q bom q gostou do post! Fico feliz!
Obrigaod pelos elogios!
Beeijos

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